terça-feira, 27 de novembro de 2007

Contraste...



Hoje me levantei bem cedo;
Abri a janela do meu quarto e pude ver os primeiros raios de um sol dourado, que marcavam o início de um outro amanhecer.
O céu parecia um manto azul que se deixava cair displicentemente sobre o horizonte.
Uma brisa fresca pairava sobre as flores que, como graciosas debutantes, exibiam suas belezas e faziam virar a natureza com seus embriagadores perfumes, num gesto de desafio ao inverno que havia terminado.
Distante, num suave encantamento, um pássaro feliz e descuidado, saudava, em seu gorjeio doce e alado, o novo dia que surgia no momento.
Lá fora, havia luz, vida e poesia!
Era uma perfeita manhã de primavera e magia;
Uma delirante festa na amplidão;
Um verdadeiro poema de deslumbramento.
No entanto, no meu solitário quarto,
Que contraste!
Quanta tristeza, quanta amargura...
Quanto mal sinistro havia em cada objeto;
Quanta melancolia incontrolável invadia o meu ser...
Fiquei por alguns instantes envolvida pela terrível impressão que veio daquele silêncio profundo...
Lá fora e aqui dentro,
Não era, não podia ser, o mesmo mundo...



Mariluci Carvalho de Souza

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