sábado, 25 de outubro de 2008

Saudades de mim!




Saudades de mim!


Estou com saudades de mim...
Tanta saudade que tenho vontade de chorar.
Não me vejo faz muito tempo que me é até difícil lembrar.
Estou com saudades da minha liberdade em me expressar;
Do meu modo único de sentir, pensar e, principalmente, falar...
Saudades da minha coragem de ser eu na minha totalidade,
De não me deixar abater, de ter certeza de cair e sempre levantar...
Estou sentindo falta da minha alegria que entristeceu;
Do meu sentimento de auto-estima que morreu...
Do meu humor que de tanto se ocultar,
Foi definhando no tudo que encontrei e depois se perdeu...
Sinto falta da minha espontaneidade sem barreiras;
Sem medo algum de ser julgada e condenada...
De não permitir que as minhas arestas fossem aparadas...
Onde está da minha liberdade sem fronteiras?
Aquela que se sente, dos supostos compromissos, prisioneira?
A mesma liberdade por mim totalmente abandonada,
Tornou-se refém de uma vida, agora, sem rumo e sem sentido.
Estou com saudades de mim...
De tudo que construí de bom no melhor da minha vida;
De toda uma trajetória de fibra que no tempo se perdeu...
Sinto saudades enormes de mim...
De tal forma que muitas vezes me pergunto:
Afinal quem sou EU?



Mariluci Carvalho de Souza

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Julgamento...





Julgamento...


Pensas que sou louca, incontrolável...
Que na minha mente já não se faz aparecer à razão.
Pensas, talvez, que neste estado deplorável,
Eu necessito de tua mão...
Pensas na minha loucura porque tenho a alma sedenta de afeição;
Porque já não possuo o poder de fingir, tal como as pessoas normais;
Porque nas minhas veias, no lugar de sangue correm a aflição, tristeza, desespero e melancolia...
Pensas na minha loucura, porque sou um constante de contradições,
Mas, por acaso, alguém já me perguntou, já procurou saber,
Por que cresce em mim o meu tormento?
De onde vem esta dor;
Esta infelicidade, este sinistro mal, ferindo todo o meu coração que vibra, chora e sente, a desgraça fatal que mata sem piedade?
Pensas que sou louca e acreditas mesmo nisto!
Só porque ando tristonha, doente e um estranho mal todo meu ser invade e, uma agonia atroz, me faz ter soluços de ansiedade,
Que muitas vezes tento disfarçar, mas sempre inutilmente.
Pensas que sou louca...
Porque estendo as minhas mãos vazias e as recolho de novo...
Porque penso num mundo pleno de beleza,
E bendigo a sublime natureza que me deixa horas, sozinha, sonhando embevecida...
Porque compreendo as mensagens trazidas pelo vendo compondo...
Porque confio no luar que alegra a tristeza da noite...
Porque gosto de ver o encontro do mar com a areia, numa ternura que não sei descrever.
Pensas que sou louca...
Mas, algo mais forte me faz enfrentar a tua vulgar ironia, e me faz sorrir do teu julgamento...
Só mesmo tu, que tens um espírito fraco, uma alma insensível e vazia,
Pode achar que é louca, aquela que faz da realidade um mundo de poesia!



Mariluci Carvalho de Souza

domingo, 19 de outubro de 2008

Redefinindo...


Redefinindo...

Quando você, sem anunciar, me deixou,
O meu mundo começou a desmoronar...
Nada nem ninguém conseguiam fazer eu me reestruturar.
A minha vida, simplesmente, acabou...
Eu não me permitia nem mesmo sonhar...
Tranquei meu coração e escondi a chave para ninguém achar.
O que eu não contava, é que um outro alguém, maravilhoso, iria me encontrar...
E curar todas as mágoas do meu coração ferido.
Hoje sou feliz novamente e tenho dentro de mim,
Todo amor que jurava que havia perdido.
Cheguei a conclusão, então, de que tudo que a gente sente.
Não há desilusões que não as desfaçam...
O amor está dentro da gente,
As pessoas é que passam!



Mariluci Carvalho de Souza

Noite triste...


Noite triste...


Marcamos um encontro...
Uma noite de amor!
A dúvida, depois a certeza,
Eu tinha que ir...
Tu eras céu claro acima de mim;
Eras profundo, eras assim como se fosses abismo de luz,
Eu não podia resistir...
Ao contemplar-te estremeci de loucos desejos.
Erguer-me à tua altitude;
Eis para a mim a profundidade.
Encobrir-me em tua masculinidade;
Eis a minha inocência.
Não falaste, teus olhos anunciaram a tua dor...
Másculo, vieste a mim, mais velado pelo teu porte do que pelo desejo.
Silêncio... Mãos frias, lábios trêmulos, revelavam um fracasso...
Adivinhei todos os sentimentos secretos de tua alma.
Vieste a mim, mas, tu ainda não tinhas chegado.
Tristeza, medo, terror; tudo naquele instante me foi comum.
As lágrimas, nessas horas, também nos são comuns.
Tentei encontrar-te...
Na fúria indomável de me sentir possuída;
Na vontade incontida de entregar-me inteiramente aos seus carinhos,
Não pude avaliar a enorme distância que nos separava.
Um pequeno ruído me fez voltar a realidade...
Um leito, dois seres...
Uma mulher magoada,
Um homem arrasado...
Algumas palavras deram vida ao cenário.
Estávamos abraçados, mas ambos possuíam as mãos vazias.
Nem sequer tentamos justificar o ocorrido.
Cansado, tu dormiste,
E os segundos foram todos meus,
No silêncio daquela Noite Triste...



Mariluci Carvalho de Souza