quarta-feira, 12 de março de 2008

ARTIMANHAS DA VIDA....


Fiz uma entrega verdadeira porque era a minha vida que eu estava entregando...
Sempre ouvi dizer que amor é entrega e nesta época eu estava amando.
Não era um amor qualquer sustentado na nebulosidade da ilusão...
Era amor de um homem e uma mulher embriagados pelo o vinho doce da paixão.
Neste amor me coloquei inteiro, sem deixar nem um pedacinho sobrando...
Meu envolvimento foi tamanho que não percebi o que a Vida estava me mostrando.
Não havia reciprocidade, não havia sequer parceria...
Quando me vi diante desta realidade cruel o vinho que antes era doce tornou-se uma taça de fel...
Amarguei em silêncio toda a dor da decepção que, sem piedade, despedaçou meu coração...
Decidi que nunca mais iria amar e muito menos me entregar indiscriminadamente.
A gente reconhece o que é a dor somente pela dor que a gente sente...
Precisei juntar os meus pedaços e reatar meus próprios laços.
O que aconteceu agora era passado e nem sequer merecia ser lembrado...
Até que a Vida, que é uma mensageira e não se importa com o que já foi vivido, veio sorrateiramente me lembrar o que eu, ingenuamente, havia esquecido ou mesmo o que nem de longe havia me acorrido:
Quem decide viver sem o encanto do Amor, com certeza vai Viver como se já tivesse Morrido
!



Mariluci Carvalho de Souza