terça-feira, 21 de outubro de 2008

Julgamento...





Julgamento...


Pensas que sou louca, incontrolável...
Que na minha mente já não se faz aparecer à razão.
Pensas, talvez, que neste estado deplorável,
Eu necessito de tua mão...
Pensas na minha loucura porque tenho a alma sedenta de afeição;
Porque já não possuo o poder de fingir, tal como as pessoas normais;
Porque nas minhas veias, no lugar de sangue correm a aflição, tristeza, desespero e melancolia...
Pensas na minha loucura, porque sou um constante de contradições,
Mas, por acaso, alguém já me perguntou, já procurou saber,
Por que cresce em mim o meu tormento?
De onde vem esta dor;
Esta infelicidade, este sinistro mal, ferindo todo o meu coração que vibra, chora e sente, a desgraça fatal que mata sem piedade?
Pensas que sou louca e acreditas mesmo nisto!
Só porque ando tristonha, doente e um estranho mal todo meu ser invade e, uma agonia atroz, me faz ter soluços de ansiedade,
Que muitas vezes tento disfarçar, mas sempre inutilmente.
Pensas que sou louca...
Porque estendo as minhas mãos vazias e as recolho de novo...
Porque penso num mundo pleno de beleza,
E bendigo a sublime natureza que me deixa horas, sozinha, sonhando embevecida...
Porque compreendo as mensagens trazidas pelo vendo compondo...
Porque confio no luar que alegra a tristeza da noite...
Porque gosto de ver o encontro do mar com a areia, numa ternura que não sei descrever.
Pensas que sou louca...
Mas, algo mais forte me faz enfrentar a tua vulgar ironia, e me faz sorrir do teu julgamento...
Só mesmo tu, que tens um espírito fraco, uma alma insensível e vazia,
Pode achar que é louca, aquela que faz da realidade um mundo de poesia!



Mariluci Carvalho de Souza

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